Houve um tempo — talvez não muito distante, talvez apenas idealizado — em que a ignorância não era um erro, mas um abrigo. Os males do mundo existiam, sim, mas estavam longe, nebulosos, confinados à rareza das manchetes ou ao sussurro dos mais velhos. Era possível crescer sem saber da crueldade em tempo real, sem carregar nos ombros o peso de um planeta doente, de sistemas que desmoronam, de vidas esmagadas por engrenagens invisíveis. Hoje, esse tempo se foi. E embora ninguém o tenha declarado encerrado, todos nós o sentimos partir. Como se a infância do mundo tivesse acabado — não só a nossa, mas a da própria humanidade. Vivemos agora o luto de uma inocência perdida, não por escolha, mas por excesso de exposição. A luz da consciência invadiu os últimos esconderijos do não-saber. E com ela, veio a fadiga. As crianças de agora já não olham o céu com a mesma leveza. Sabem o que é um incêndio florestal, mesmo que nunca tenham visto um. Aprendem cedo que a terra aquece, que os mares so...
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