Há uma solidão que não vem do abandono, nem da distância, nem da ausência de amor. Vem do excesso. Do excesso de lucidez. Daquela percepção aguda que atravessa a superfície das coisas e vê mais fundo — às vezes, fundo demais. É a solidão de quem percebe demais. Não falo de inteligência, nem de erudição. Falo de sensibilidade afiada. Daquele tipo de alma que escuta o que não foi dito, que percebe no olhar alheio o cansaço escondido, que decifra o silêncio como se fosse linguagem materna. De quem nota a tristeza antes do choro, o afastamento antes da ausência, a mentira dentro da verdade bem contada. E, por isso, carrega o fardo de ver o que os outros ainda não conseguem ver. Às vezes, essa percepção parece um dom. Outras vezes, uma maldição. Porque não é fácil manter conversas leves quando se sabe o que está por baixo. Não é fácil rir de certas banalidades quando se conhece o abismo atrás do riso. Não é fácil pertencer a um grupo quando o seu olhar caminha dois passos à frente —...
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