F ui fiel a mim. Esta frase, que durante tantos anos carreguei como medalha, hoje me escorre pelas mãos como um metal enferrujado. Porque ser fiel a si mesmo, percebo agora, pode ser também uma forma muito sofisticada de prisão. Quando a vida ainda era um campo aberto e promissor, agarrei-me com força àquilo que julguei ser minha essência. Defendi meus gostos, minhas certezas, meus limites. Preservar meu eu me parecia um ato de coragem num mundo feito de concessões. Mas agora, quando olho para trás com os olhos da maturidade — esses olhos que não pedem licença para enxergar o que antes era invisível —, começo a suspeitar que talvez eu tenha errado a dose. É uma ironia quase poética: só quando o tempo já não nos dá tempo é que começamos a desconfiar do eu que escolhemos proteger. A frustração, então, não é apenas por aquilo que não vivemos — é pelo modo como dissemos "não" a tantas possibilidades em nome de uma integridade mal compreendida. Talvez eu devesse ter sido menos l...
Seja muito bem-vindo ao Blog Mente em Movimento! Aqui, mergulhamos nos mistérios da mente, explorando suas infinitas possibilidades. Nosso espaço é uma jornada por textos que desafiam suas certezas, que revelam a beleza nos detalhes da vida cotidiana e o levam a universos extraordinários. Prepare-se para se surpreender com histórias envolventes e um convite constante para manter sua mente em movimento.